Quem é Paula Corcos

Tem mães que passam a vida no atropelo.

Tem mães que precisam que tudo esteja perfeito para agir.

E tem mães que têm um medo enorme de encarar o desconhecido.

São mães que acabam por viver a vida no “SE”:

“E se ninguém se interessar pela minha história?”

“E se ninguém quiser comprar meu produto ou serviço?”

“E se me criticarem quando eu postar um vídeo?”

“E se eu errar ao falar, vão me chamar de burra?”

“E se eu tivesse insistido na academia, será que teria tido resultado?

“E se eu tivesse sido mais enérgica com meus filhos, será que eles seriam mais educados?”

“E se eu tivesse feito aquele curso, será que ele me ajudaria hoje?”

“E se eu tivesse arriscado, será que teria dado certo?”

“E se eu tivesse escolhido outra profissão?  Como seria minha vida agora?”

Por anos, vivi essa fase do “SE”, e não fazia ideia de que estava submersa nela.

A única certeza que tinha era que eu não estava realizada profissionalmente.

Minha vida profissional foi toda trilhada na área de gestão.  Me formei em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica e fiz um MBA em Gestão de Negócios no IBMEC, ambos na minha cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Comecei a trabalhar cedo, com 16 anos,  como recepcionista de academia.  Depois, fui vendedora em lojas, trabalhei como estagiária em multinacionais, e fui subindo os degraus do mundo corporativo até meu último cargo em um Distribuidor de Tecnologia, onde trabalhei por 10 anos como Gestora, responsável por toda a área administrativa, financeira, logística e importação da empresa.

Tinha um salário bem bacana,  gostava do que fazia, mas a vida no escritório me consumia.   Não conseguia aceitar que desperdiçar minha vida dentro de quatro paredes era o único caminho a seguir.

Nessa última empresa, por conta da responsabilidade que tinha, estava sempre acessível por celular ou computador, até nos momentos de lazer e descanso.  

Férias?  Eram sempre com meu marido, filhos, e a companhia do celular e do laptop.  Passava mais tempo trabalhando do que curtindo com eles.

Meus dois filhos nasceram enquanto lá eu trabalhava.  Minhas duas licenças maternidade foram trabalhando, acredite.  Entre os cuidados com os bebês, resolvia os inúmeros pepinos das áreas que eu gerenciava.

Por conta do estresse de trabalhar na licença maternidade, fiquei com cicatrizes emocionais até hoje.  A maior delas foi não ter conseguido amamentar e estar 100% presente com meus filhos.

Quantas de nós já passamos ou estão passando, nesse exato momento, por isso?

Henrique, meu primogênito, nasceu em 19 de julho de 2009, de parto normal às 05:32 horas da manhã, com 53 cm e 3.875kg, um bebezão!  E como toda mãe de primeira viagem, tinha planos e o sonho da “maternidade perfeita”:  parto normal, amamentação, tranquilidade e amor, muito amor.

Consegui o parto normal e o amor infinito, mas a tranquilidade e a amamentação foram os meus maiores desafios, e sim, eu perdi essa!   

Lutei por 2 meses para amamentar meu bebê, entre choros, muita dor, sangue (sim, meu peito sangrava, e muito), desespero e trabalho, muito trabalho da empresa, mas acabei desistindo. 

Quase cinco anos depois, engravidamos da Gabi, e acreditei, do fundo do coração, que seria diferente.  Que conseguiria ter um pós parto mais tranquilo e que dessa vez conseguiria amamentar,  afinal, já sabia quais seriam os desafios.    

Disse para mim mesma,  na ocasião, que não deixaria os problemas da empresa me consumirem tanto.

Santa inocência!  

Nossa princesa nasceu em 19 de maio de 2014, às 18:59 horas, com 48cm e 2.875kg de…. cesárea. 

Gabi era uma bebêzinha preguiçosa, e com 41 semanas de gestação não dava sinais de nascer.   Não consegui o parto normal, lutei desesperadamente para amamentar e tudo se repetiu.

Nesse meio tempo, entre crises de choro e resignação, fazia cursos sobre o mercado digital, tema pelo qual sempre me interessei.

Sonhava com o dia em que eu ia conseguir colocar em prática tudo o que estava aprendendo para, enfim, viver a vida que eu sempre quis.

Mas eu ainda vivia na fase do “SE”, lembra?

“E se eu tentasse agir e falhasse?”

“E se tudo que eu havia estudado não fosse viável?”

“E se eu abrisse mão de tudo e desse errado?”

Muitas questões como essas me impediam de agir.

Até que em março de 2018 a empresa onde trabalhava encerrou as atividades e… fiquei desempregada como muitas mães estão hoje.

Cheguei a mandar currículos para o mercado, receber algumas propostas, mas algo dentro de mim estava diferente. 

Não me sentia feliz ao pensar em voltar para o mercado de trabalho, começar tudo de novo em outra empresa.

Viver encaixotada, fazendo a mesma coisa, sem realização profissional e sem tempo de acompanhar o crescimento dos meus filhos, não era mais um opção para mim.

Olhar para os meus filhos e perceber o quanto já havia perdido de tempo  com eles, era o que me motivava a colocar em prática minhas ideias e tudo o que eu havia aprendido na minha larga experiência em Gestão de Negócios e os inúmeros cursos sobre Marketing Digital que havia feito.

Mas o mundo não é um conto de fadas, não é mesmo?

As coisas não foram tão fáceis assim…

Durante minha caminhada, encontrei diversos obstáculos e quebrei muito a cabeça.

Ao contrário do que vendem por ai, não existe resultado no mercado digital sem esforço e muito trabalho.

No mundo digital, nos deparamos com uma avalanche de conteúdos rasos, informações soltas, sem critério e de baixa qualidade.

Cursos e informações mil, que mais enrolam, do que ensinam de fato alguma coisa.

Sim, pensei em desistir algumas vezes!  

Mas algo em mim estava diferente.

Meu pensamento havia mudado, e minha vontade de realizar era maior do que os meus medos.

Dessa vez, eu queria muito que desse certo!  Por mim, pelo meu marido e pelos meus filhos.